Arquivo para outubro \20\-03:00 2007

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Ouvindo Madonna – Frozen

Quando a gente ouve que deve ser bom, caridoso e prestativo ao próximo, geralmente pensa logo em coisas grandes, como ajudar em asilos/creches, visitar periferias e muitas outras coisas que parecem difíceis e que exigem grandes sacrifícios. Mas a coisa não funciona assim. Quer dizer: desde que ainda não desenvolvemos essa capacidade de amar o outro incondicionalmente, são pequenos gestos que vão nos levar a essa aplicação mais ampla de sentimento.

Um exemplo desse pequeno gesto é o olhar. Muito se fala no poder do olhar, mas nem todo mundo compreende esse ditado. Existe olhar de desprezo, de indiferença, de raiva, mas quanto a isso as pessoas geralmente estão atentas. Mas você já pensou que o simples olhar para alguém pode significar muito? Quando você olha, está inconscientemente (ou não) dando relevância para aquele objeto (ou pessoa). E algumas vezes, é essa sensação que a pessoa que nos procura está buscando: sentir-se incluída e percebida. E isso se faz pelo olhar.

Dá pra perceber isso quando estamos lendo ou na frente do computador. Quantas vezes alguém fala com você, e você ouve, responde, mas não olha? Nisso você diz, mesmo sem querer, que “aquilo que está fazendo no momento é mais importante do que perceber quem fala com você”. É com os ouvidos que a gente escuta, mas é com os olhos que a gente dá importância.

E pode ser que só isso seja suficiente.

E se não houvesse amor?

Listening to Sarah McLachlan – Angel

O post de hoje é muito pessoal e literalmente uma sessão terapia pra mim. Então pra quem não se interessa por essas questões muito íntimas, sinta-se livre pra não ler. No offenses taken. Eu sei que tenho umas posturas MUITO polêmicas… alguns inclusive diriam “problemáticas”. Então se quiser instaurar um debate, fique à vontade. Estou aberto a novas propostas, hehe.

Você nasce naquele ambiente todo especial de carinho e zelo sem fins. Não creio, de verdade, que exista amor nesse ponto ainda. Afinal, ainda que você seja aquela gracinha e tenha se desenvolvido dentro de sua mãe e perto do seu pai, você é uma alma desconhecida, um completo estranho pra todos que vão conviver contigo. O amor nasce da convivência, do cuidado, da preocupação (alguém aí já reparou que o amor só surge quando há alguma forma de sacríficio em relação à pessoa amada? Ótimo tema pra posts futuros. hehe), e tirando os acompanhamentos pré-natais, sua mãe/pai não tiveram um contato tão profundo assim com você.

À medida que você cresce e se desenvolve, aí sim o amor entra em cena. Parece até natural que se os seus pais te amam, você os ama de volta. Ninguém pára pra pensar que esse amor, tão puro e sublime como o amor dos pais aos filhos e dos filhos aos pais, é construído com o tempo e a convivência. Mas e se essa construção não acontece?

Vamos analisar do princípio. Particularmente, acredito que cuidar BEM dos filhos é um dever, uma obrigação dos pais. A escolha deles estava em evitar que este filho fosse concebido (entenda-se encontro de óvulo e espermatozóide), mas a partir do momento em que isso ocorre, eles estão terminantemente vinculados à boa criação daquele ser. Não há nenhum tipo de favor nisso. Pais que não desempenham bem essa tarefa por razões egoístas pagarão por isso no tempo devido. A parte em que entra o favor é justamente do amor. O amor que se dedica aos filhos, isso sim é facultativo. E é isso que faz a diferença entre um “pai” e um “mantenedor”: ambos executam bem a tarefa de sustentar alguém, mas só um deles investe amor na relação.

Falei isso tudo pra dar o meu testemunho agora. Foi recentemente que eu percebi que o meu pai é um mantenedor. Não sei o motivo, afinal ele é bastante carinhoso com meus outros irmãos. Imagino que, inconscientemente, ele saiba que eu seja gay há muito tempo, e por isso foi se afastando. Mas é só um palpite. Ele nunca faltou com suas obrigações: sempre me manteve muito bem, me alimentou e educou adequadamente, enfim, financeiramente ele sempre esteve e está presente. Porém, sua participação na minha vida termina por aí. Ele nunca fez nada que inspirasse amor… nem ao menos simpatia pela sua pessoa. Sou grato a ele, com certeza. Ainda que ele não tenha feito mais do que sua obrigação, eu sei quantos há por aí que nem a isso se prestam. Só que este é o sentimento que eu tenho por ele: gratidão. E gratidão não é amor. Claro que ele pode contar comigo sempre que precisar, mas ele não goza de nenhum respeito além daquele devido a todo e qualquer ser humano.

Além dessa falta de troca de carinho entre nós, a personalidade dele é extremamente incompatível com a minha. Ele faz coisas que me incomodam profundamente, coisas que uma pessoa dita “adulta” já deveria ter sob controle. Ele é extremamente explosivo, mimado, egocêntrico, ignorante em certos aspectos, teimoso e parece que não possui autonomia alguma sobre suas emoções. Não faz o perfil de alguém que eu gostaria de ter como amigo.

Como não foi construída essa relação de afeto entre nós, parece lógico que não haja amor da minha parte para com ele. Pais não são pais eternamente. A partir do momento em que você se torna independente, eles se tornam amigos. Ainda que você dê mais valor às opiniões deles e reserve uma parcela maior de estima, eles só gozam dessa posição privilegiada porque você permite. E permite porque, provavelmente, eles fizeram por merecer essa oferta de carinho. No meu caso, não percebo esse merecimento do meu pai. Nós coabitamos o mesmo lugar, mas somos completos desconhecidos. E, sinceramente, não vejo motivos para mudar essa situação.

O que me deixa intrigado nisso tudo é que parece ser o caminho natural essa ausência de amor filial, tendo em vista o relacionamento que foi estabelecido entre nós. Não sinto culpa ou remorso, nem ódio, raiva ou desprezo. Na verdade, não sei se sinto falta dessa presença paterna ou se algo poderia ser diferente caso “tudo fosse diferente”. Talvez eu tenha me acostumado a vê-lo como apenas fornecedor material do meu crescimento, enquanto minha mãe ofereceu o elemento afetivo.

Maybe I’m wrong… am I? 

Descontraindo o ambiente

Sem musiquinha hoje pra não estragar a surpresa.

Vi no blog Crônicas atípicas e adorei a brincadeirinha. Funciona assim (plagiado do blog):

Abra o programa que você usa pra ouvir música e adicione todas elas em uma coleção.

  1. Coloque no modo aleatório (random).
  2. Coloque a primeira linha ou frase das primeiras 50 músicas que tocarem, não importando o quão embaraçoso isso for para você.
  3. Publique no seu site e deixe as pessoas advinharem nos comments
  4. Destaque as músicas que alguém acertar (coloque o nome da banda e da música do lado).
  5. Se você olhar no Google ou em outro site de busca, você é um TRAPACEIRO!

Um, dô, lá, si…. JÁ!

01. There’s a kind of rush all over the world tonight
02. Let’s go to the park
03. You’ve got a way with me
04. So suddenly, so strange
05. You had my heart and we’ll never be words apart – Rihanna – Umbrella
06. Certified quality – Beyoncé – Baby boy
07. You know when you gave your love away
08. In the day, in the night, say it right, say it all – Nelly Furtado – Say it right
09. Now baby come one, don’t claim that love you never let me feel
10. Maybe if I act like that that guy will call me back
11. Vou andando, vou cantando e vivendo feliz
12. I remember when
13. I woke up this morning
14. Everybody line up, the show is about to start
15. I think I did it again – Britney Spears – Oops, I did it again
16. Oh baby, baby, how was I supposed to know – Britney Spears – Baby, one more time
17. Promise me no promises so will I not promise you – Carla Bruni – Promises like piecrust
18. You’re not alone
19. If you could return, don’t let ir burn
20. I hope the ring you gave to her turns her finger green – Kelly Clarkson – Never again
21. Outra vez eu não ouvi tuas palavras
22. I look at you and see
23. You can get it if you really want
24. Wouldn’t it be nice if we were older
25. Under a loving sky
26. Se for ficar sem seu amor, eu piro – Cheiro de Amor – Seu adeus
27. Had a bad day, yeah
28. Quando Deus te desenhou – Amrmandinho – Quando Deus te desenhou

29. No sleep, no sleep until I’m done with finding the answer
30. My friends from high school
31. I made it through the wilderness – Madonna – Like a virgin
32. I’m telling you to loosen up my buttons – Pussycat Dolls – Buttons

33. Two week away, feels like the whole world should’ve changed – Dido – Sand in my shoes

34. Say hello to the girl that I am – Britney Spears – Overprotected

35. Hey Mr. Dj, put a record on – Madonna – Music
36. Fair wether days
37. Round ‘n round carousel
38. Someone is there waiting for my sign
39. Remember when we discover and see
40. Sense is telling me you’re looking
41. I see you winding and grinding up on that pole – Akon – I wanna fuck you

42. Landlord’s knocking on my door
43. When you’re stoned, baby
44. They say I’m crazy – Britney Spears – My prerrogative

45. I’ve been the needle and the thread
46. Saturday morning and it’s time to go
47. Turn up the radio, blast your stereo – BEP – Pump it

48. É iniziato tutto per un tuo capriccio – Tiziano Ferro – Imbranatto

49. Don’t be blind in all the fated life
50. Filling a space, burning a chapter of your life

Caraca… tem música ae que eu não vou lembrar MEESMO! Nem sei o que tá fazendo na minha playlist.. (huahau.. oh eu fazendo a Kátia!). Se alguém mais for aderir à brincadeira, avise que eu quero brincar também! Mas então…

Adivinhou alguma?

Edit: Hauhauahua… adorei ver os acertos!

Ciclo sem fim

Cantando bonitinho: Víctor e Léo – Vida boa

Meu ciclo de escrita é uma coisa muito estranha. Quem acompanha o blog há um tempinho maior já deve ter percebido que tem períodos latejantes e outros bem áridos de idéias e posts. Agora deixa eu explicar como é isso visto por mim.

Eu sou uma pessoa que não tem muito comprometimento. Com nada. Inicio projetos com uma facilidade tremenda, e terminar não é necessariamente uma obrigação. Isso tem lá suas excessões. Quando interesse alheio está envolvido, me mantenho focado e responsável, mas se são coisas exclusivamente pessoais (como esse blog), chega o tempo em que meu interesse não sobrevive e eu simplesmente abandono. Eu sei o quanto isso é prejudicial, porque eu sei que persistência é fundamental pra conseguir qualquer coisa.

Com relação a blogs isso tá começando a mudar. É um interesse oscilante (melhor do que desistir de vez, né?). Eu não sei exatamente como eu deixo isso ocorrer, mas funciona mais ou menos assim: quando eu começo a escrever, daí dá vontade de escrever pra nunca mais parar. Dá pra ver isso quando eu posto todos os dias. Mas se eu me permito parar de escrever, por dois ou três dias, vem uma preguiça não sei de onde que anula qualquer impulso de retomar a escrita. Me dá preguiça da blogosfera! Daí eu olho os feeds dos blogs que eu acompanho e vejo lá de 7 a 40 posts não-lidos em cada um deles e penso “OMG… Alguém me chicoteia!” (por falar nisso, eu sou viciado em adicionar sites aos feeds. Caraca, é só eu gostar da fonte ou do link ou da cor que já tô lá eu colocando mais um nos feeds. É involuntário! Aí agora tem uma porrada de sites aqui, metade que eu nem sei do que se trata, e cada um deles avisando 745 atualizações… Lexotan? Alguém? PLEEEEASE! <emoticon de desespero>).

Pra voltar a postar é um esforço. Quase um sacrifício, uma obrigação, um parto. Mas logo nas primeiras frases, o prazer volta. E aí o estímulo pra escrita dura uns 10, 15 dias seguidos. Pra depois desse tempo, voltar o saco-cheio, a falta de idéias (é.. bloqueio criativo ocorre demais comigo… affe, NM!). Eu tento equilibriar… diminuir os dias de saco-cheio e extender o período fértil/criativo (nossa.. to me sentindo A lady com TPM, neh? ALOKA!). Talvez até consiga algo constante daqui a um tempo. Já imaginou? Um luxo puro… vários posts por dia, idéias saindo do umbigo, uma fartura digna de feijoada de domingo (agora to pagando de poeta… algum psicólogo pra me ajuda com essas múltiplas personalidades? <emoticon de louco>). Mas ainda não deu.

The point is (adoooooro falar isso. Tá, não FALO porque é muito gay, mas sempre penso, hihi): estou de volta. Minha “ressaca” foi razoavelmente curta dessa vez. Já estive ausente por mais tempo, mas é bom explicar o motivo das ausências periódicas. Ainda que eu adore todos os blogs que leio (se não adorasse, não leria, né?), Internet pesa na minha cútis de vez em quando. Pelo menos tem um lado positivo: até hoje, eu sempre voltei. Quem sabe meu lado desistente esteja começando a morrer 😉 ?

Se é pra morrer, morre logo, desgraça!